Política

Rosalba construiu sua própria derrota

Por em 18 de novembro de 2020 às 07:00:38

Nunca fui de escrever minhas análises políticas, embora considere que pouco saiba sobre o tema. Arrisco, talvez por puro atrevimento.

Mas, este ano farei um pequeno comentário sobre a eleição na cidade de Mossoró. Não para realizar críticas a candidato A ou B, mas tão somente como observação, repito, diante o pouquíssimo conhecimento que carrego comigo de um observador da cena política.

Nesse sentido, a análise será voltada para a então candidata Rosalba Ciarlini. Uma política experiente, quatro vezes prefeita de Mossoró, já foi senadora e governadora do Rio Grande do Norte, mas que na campanha passada jogou tudo fora.

Sim, ela mesmo jogou sua reeleição fora ao dizer uma palavra que é considerada no meio político como “um tiro no pé”, que foi “POBREZINHO”, durante um debate.

Essa palavra pronunciada em tom de chacota, foi revertida inteligentemente pelo candidato Allyson Bezerra, que explorou até o último dia de campanha.Pois bem, de lá para cá, a experiente Rosalba Ciarlini ficou desnorteada. Seu semblante demonstrava isso. Sua irritação, seu nervosismo era visível, deixando até transparecer que estava furiosa. Ela não conseguia disfarçar, até mesmo para quem não a conhece.

Outro ponto negativo apresentado durante a campanha da candidata Rosalba Ciarlini, foi que seu marketing não utilizou as obras como um dos pontos principais, preferindo confrontar e até mesmo perder tempo procurando possíveis ações negativas do seu principal adversário e tentando ressuscitar o ex-prefeito Silveira e o ex-governador Robinson Faria.

Com isso, perdeu valioso tempo para conquistar votos e se desgastou ainda mais diante as respostas do candidato Allyson Bezerra.Embora seja difícil segurar, mas permitiu que sua militância partisse para o ataque ao adversário por meio das redes sociais. Insultos desnecessários, provocando no eleitor uma verdadeira repulsa, muitas vezes até no próprio eleitor de Rosalba, aquele menos apaixonado.

A candidata Rosalba também errou ao trazer para a campanha atual o mesmo modelo de tática das campanhas anteriores, inclusive com pegadinhas de nomenclaturas de programas, achando que entre seus adversários não teria algum bom de retórica e de raciocínio rápido.

Rosalba também não teve a sorte de ter candidatos a vereador em que se preocupasse com o chamado voto casado. Sem falar que muitos deles, com mandato, já estava na mira do eleitor para mandá-lo de volta pra casa, a dele, e não a do povo.

Novo erro comete Rosalba. Agora após a derrota nas urnas. Em sua mensagem de agradecimento, fala de ações administrativas que deveriam terem sido exploradas na campanha, mas trouxe como prestação de contas. Erra ao não pronunciar o nome do candidato que lhe venceu, apenas desejando “êxito e sucesso ao candidato eleito”.

Errou ao falar sobre as pesquisas, que para ela induziram o eleitor. Como se sabe, pesquisas e mais pesquisas foram divulgadas, várias delas dando vitória à candidata. Se teve indução para um lado, será que não teve para o outro?

Existem pesquisas com resultados e existem resultados na pesquisa. Uns preferem ter resultados na pesquisa. Umas vendem resultados, mas quando isso acontece o povo sabe logo, tanto é que nas seguintes, para não ficar tão feio tenta corrigir os números.

E outra: todo político que se preza trabalha com pesquisas para consumo interno, e a candidata com certeza teve conhecimento do estrago que ela mesmo provocou após falar “pobrezinho”.

Por último, o semblante raivoso de Rosalba no vídeo de agradecimento é o mesmo que ela ficou durante o debate. Rosalba continua desnorteada e parece que ainda não caiu a ficha que ela perdeu a eleição. E se caiu, ela não aceita que perdeu.

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