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Invasões em Brasília foram planejadas publicamente, mas forças de segurança não abortaram ofensiva
A invasão das sedes dos Três Poderes por bolsonaristas que pedem um golpe contra Luiz Inácio Lula da Silva vinha sendo planejada há pelo menos duas semanas em grupos no aplicativo Telegram e até em redes abertas como o Twitter –ainda assim, não houve efetiva ação das forças de segurança para abortar a ofensiva.
Mensagens encontradas pela Reuters ao longo da semana mostravam locais de concentração em várias cidades, de onde sairiam ônibus fretados para Brasília, com a intenção de trazer bolsonaristas para a capital e ocupar a Esplanada dos Ministérios e invadir os prédios públicos.
Um “comunicado” foi publicado em vários grupos de Telegram convocando para uma “tomada de poder pelo próprio povo”, em frente ao Congresso, nos dias 7 e 8 de janeiro.
Mensagens anteriores também faziam referência a 6 de janeiro, a data em que há 2 anos apoiadores de Donald Trump invadiram o Capitólio em protesto contra diplomação de Joe Biden –Trump é uma referência para Jair Bolsonaro e seus seguidores.
Nos grupos, a ordem era agir em três frente: fechar distribuidoras de combustíveis, sitiar Brasília e, quem não pudesse ir para a capital federal, mantivesse os acampamentos na frente dos quartéis –desde a eleição, grupos permanecem diante de instalações das Forças Armadas pelo país, incluindo Brasília, pedindo uma ilegal intervenção militar contra Lula.
Apesar da movimentação clara dos manifestantes pró-golpe, nada foi feito pela segurança do Distrito Federal para impedir a entrada de dezenas de ônibus em Brasília.
A Esplanada dos Ministérios foi fechada para trânsito com grades, mas praticamente não havia policiamento. As grades foram facilmente derrubadas.