Na sessão ordinária desta terça-feira, 13, na Câmara Municipal de Areia Branca, o vereador Sandro Góis (PV) deverá apresentar projeto de sua autoria que trata da substituição do nome da atual Rua Raimundo Fernandes, por “Rua Feitor Boaventura de Souza”. A referida artéria é também conhecida como “Rua das Almas”, devido o Cemitério Público São Sebastião estar localizado na sua extensão.

Na justificativa da matéria, o vereador Sandro Góis relata que o saudoso Boaventura de Souza, apesar de ter nascido no povoado de Grossos em 14 de julho de 1883, ainda muito jovem veio para Areia Branca onde aqui se estabeleceu, construindo sua casa onde antes funcionava o Mercado Público da cidade e, onde, até hoje, residem alguns dos seus herdeiros.

Nessa época, tornou-se feitor de salina tendo dedicado boa parte de sua vida como dirigente da então importante Salina João da Rocha, pertencente à Companhia Comércio e Navegação S/A, onde era proprietário do barracão que abastecia inúmeros trabalhadores braçais tendo, inclusive, em muitas ocasiões, bancado a colheita da salina quando a empresa se encontrava em dificuldades.

Boaventura de Souza, afeito à construção civil, foi o primeiro areia-branquense a construir prédios com primeiro andar na cidade, a exemplo do prédio onde hoje funciona o Sindicato dos Marítimos; o prédio onde funciona a Padaria Alvorada, além da própria residência onde ainda existe o primeiro andar construído por ele.

Foi filantropo, tendo sido um dos membros e contribuidores da União de Artistas desta cidade, entidade esta que procurava amparar os trabalhadores mais carentes.

Já próximo à sua aposentadoria, tornou-se chefe do almoxarifado da Companhia Comércio e Navegação.

Boaventura de Souza era filho de Manoel Antônio de Souza e Joana Azevedo de Souza. Também era pai do saudoso prático de navegação Walkírio Edmundo de Souza, do líder Sindical Francisco Ventura, e do motorista Cícero José Freire de Souza. Sendo ainda, avô do Advogado Rogério Edmundo de Souza e da ex-primeira-dama do município e ex-vereadora Isabel Cristina de Souza. Era tio-avô do ex-vereador Antônio Azevedo Neto; sogro-avô do ex-prefeito Expedido Gomes Leonêz e da ex-vereadora Maria das Graças Edmundo de Souza e ainda, avô do vereador Sandro Góis, autor do projeto.

Desde sua vinda para Areia Branca, Boaventura residiu na mesma casa, na rua Deputado Manoel Avelino, nº 72, construída por ele, onde ali faleceu em 1978 aos 85 anos.

Justa homenagem 

Pelos relevantes serviços prestados ao município de Areia Branca, a Câmara Municipal lhe prestou homenagem póstuma por meio do Decreto Legislativo 020/2003 com a outorga de Cidadão Areia-branquense.

Enquanto isso, o anterior patrono da rua, Raimundo Fernandes, era nascido em Pau dos Ferros, em 1859, e exercia comércio na cidade de Mossoró, tendo por aqui passado alguns anos comerciando quando foi residir no Rio de Janeiro, onde faleceu em 1916. Não deixou parente seus nesta cidade, nem pessoas que o conheceram, sendo o seu círculo de amizades muito restrito, não restando registros maiores de sua importância histórica para o município. “Portanto, não se justifica a continuidade de seu nome como nominativo para aquela rua uma vez que é praticamente uma pessoa desconhecida”, cita o autor da proposição na sua justificativa.

“Assim, numa justa homenagem à pessoa do nosso meio, cujas passagens de sua vida se encontram escritas em livros de “Chico de Neco Carteiro”, bem como também no livro de Jairo Josino de Medeiros (“Silhuetas do Tempo”), é que proponho o seu nome para substituir o antigo nome da Rua Raimundo Fernandes pelo nome “Rua Feitor Boaventura de Souza”, conclui Sandro Góis.

Fonte: Blog Costa Branca News