Mesmo com casos confirmados em pelo menos três unidades da capital, os trabalhadores dos Correios do RN sofrem com a falta de medidas de proteção e contenção do vírus da Covid-19.

Empregados relatam a inadequação de medidas de higiene e, ainda pior, o não isolamento de infectados, promovendo o espalhamento da doença nos postos de trabalho e potencializando os locais como foco de transmissão, inclusive, para a sociedade. Há negligência até na transparência de dados dos doentes por parte da Empresa.

As informações sobre o problema são recebidas pela representação sindical da categoria, o Sintect-RN. “Sabemos de colegas doentes no Centro de Distribuição Domiciliar da Zona Norte, no Centro de Entrega de Encomendas e no Complexo da Ribeira, onde um contaminado infectou outros seis trabalhadores”, relata José Edilson, presidente da Entidade Sindical.

Além de pôr em risco a saúde da categoria e de suas famílias, a postura da Empresa eleva o risco à sociedade. “Um trabalhador que se infecta na unidade, anda em transportes públicos e em outros ambientes onde pode, sem saber, fazer o vírus circular entre a sociedade”, lembra o sindicalista. “Ainda há o risco de contaminação dos próprios materiais manuseados por eles, como as encomendas, que seguem para a população”, conclui.

Ações na Justiça

O Sindicato solicitou, sem sucesso, a participação em uma comissão dos Correios que trata sobre dados e medidas a respeito da Covid-19 na Empresa. A negativa impossibilita o conhecimento de números oficiais de infectados. “Vamos buscar o Ministério Público e amparo judicial”, pontuou José Edilson.

A Entidade Sindical já precisou acionar a justiça anteriormente para garantir o mínimo, como equipamentos de proteção individual e higienização dos ambientes. Ainda assim, há denúncias de que essas medidas não estão sendo adotadas adequadamente em Natal e no interior do estado.

“Estamos em um momento em que a ação de cada um impacta a vida de todos. Quando a Empresa negligencia a vida dos nossos companheiros, ela expõe toda a sociedade ao problema” finaliza o presidente do Sintect-RN.