Diante das investidas do Governo Federal na privatização dos Correios, os trabalhadores da estatal em todo país decidirão, na próxima terça (17), sobre o início de uma greve geral por tempo indeterminado. No Rio Grande do Norte, a categoria se reúne em Natal e Mossoró, às 19h e 18h, respectivamente.

Com o risco de demissão em massa dos empregados, a venda da empresa atinge diretamente mais de 100 mil famílias no Brasil. No estado, o número chega a mais de mil trabalhadores.

“É desumano fazer isso em um momento de crise econômica como o que vivemos”, pontua Edilson Silva, presidente do Sintect-RN.

Apagão Postal

O impacto vai além dos empregados. A entrega para a iniciativa privada causaria um apagão postal em centenas de pequenas cidades do interior, onde não existe lucro e, portanto, empresas privadas não têm interesse em ir.

Nessas localidades, os Correios já são, muitas vezes, a única opção postal disponível. “O serviço é um direito garantido pela constituição. Como fica a garantia de acesso a esses cidadãos?”, questiona Edilson Silva.

Falácias

O sindicalista alerta ainda para as falácias e distorções sobre os Correios feitas pelo Ministro das Comunicações, Fábio Faria, durante pronunciamento em rede nacional.

“Somente em 2020, o lucro dos Correios chegou a R$ 1,5 bilhão. Como pode ser deficitária, como ele disse?”, destaca Edilson Silva. “Se fosse uma empresa falida, o capital estrangeiro não teria interesse”, completa.

Outro ponto indicado foi o aumento das tarifas. “Os Correios têm os menores preços porque é público. Não é o lucro que nos orienta. O Ministro fala em melhoria, mas o que vai acontecer é aumento para o povo”, conclui.