Política

Motociatas tinham custo de R$ 100 mil, em média, e comitiva de 300 militares

Por em 24 de janeiro de 2023 às 14:40:03

Toda vez que Jair Bolsonaro decidia viajar a lazer ou passear de moto por capitais do País ele era acompanhado por cerca de 300 militares ao custo médio de R$ 100 mil para os cofres públicos. É o que revelam as notas fiscais que descrevem gastos com cartão corporativo do ex-presidente.

O Estadão teve acesso a dois mil documentos classificados como reservados, anexados na prestação de contas do cartão corporativo. Até então, apenas o somatório dos gastos com esse método de pagamento foi divulgado, sem a identificação do que foi adquirido.

A reportagem não conseguiu contato com o ex-presidente. O ex-ministro das Comunicações Fabio Faria informou que Bolsonaro está recluso nos Estados Unidos. Durante o mandato, ele disse ao menos 15 vezes em lives que não utilizava cartão corporativo.

Um passeio de moto de Bolsonaro no Rio, por exemplo, em maio de 2021, custou R$ 116 mil, contando com o suporte local de policiais militares, tropa de choque, socorristas e agentes do Exército. Em alguns deslocamentos mais de 200 integrantes das Forças Armadas chegaram a ser empregados. Os nomes estão nas prestações de contas.

ALIMENTAÇÃO. Esse contingente explica, ao menos em parte, gastos repetidos que aparecem nas notas. Foi comum a aquisição de 300 lanches a R$ 30 cada – totalizando R$ 9 mil por turno de trabalho. O kit consistia em um ou dois sanduíches, uma bebida, como suco ou refrigerante, e uma fruta. Como os servidores ficavam até 9 horas ou mais de prontidão por dia, eram alimentados três vezes – café, almoço e jantar.


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