Política

Allyson e um vexame deprimente anunciado

Por em 28 de outubro de 2023 às 12:40:58

* Márcio Alexandre

Uma hora a conta ia chegar. E chegou. Num momento ele teria que pagar. E pagou.
O prefeito Allyson Bezerra (União Brasil) viu o seu castelo de mentiras desmoronar. Mesmo treinado para fingir normalidade nas situações anormais, o prefeito sucumbiu. E da pior forma.
Foi feio, tétrico, patético.

Desafiado a agir como gestor, Allyson respondeu como moleque.
Testado como alguém com equilíbrio emocional, Allysou desequilibrou-se. E tentou fazer do seu desatino um show. Não colou. Ninguém mais acredita no que ele diz nem se convence do que ele faz.
As piruetas mambembes quando se esperava parcimônia.

Saltos no ar quando se exigia fleuma. Autopromoção quando era necessário espírito coletivo.
O anfitrião da festa fazendo papel de bobo da corte. Piruetas de menino mimado ao invés de postura de um líder.
Não vão adiantar as palavras tolas gritadas por bobos pagos. Allyson se comportou de forma ridícula. Quem estava presente viu. Quem filmou comprova.
Truão fora de hora. Histrião desafinado.
Sem humildade pra reconhecer um erro e sem capacidade para voltar atrás, Allyson segue a passos firmes para se transformar num personagem caricato. Desses que idiotamente ri da própria desgraça porque não vão faltar puxa-sacos a elogiar sua performance bufa, afinal de contas é pra isso que são pagos.
Allyson reduziu a figura de prefeito a um palerma. Infelizmente tem quem bata palmas.
Desatentos podem pensar que os espasmos dos quais Allyson foi tomado nesta sexta-feira ao ser confrontado por servidores públicos o levem a ser comparado com um dos grandes personagens de Dostoiévski. A diferença é que o príncipe Michkin é visto por alguns como idiota por ser bom. Jamais será o caso de um ator canastrão.

Chamado de mentiroso, o prefeito tentou mostrar uma calma que não parecia de verdade. Ao tentar se sobressair, ficou sobressaltado.
Ao buscar simular uma vitória onde ela era improvável, Allyson deixou evidente uma derrota. Que aprenda que nem sempre dá pra virar o jogo. Principalmente quando de age com o fígado.

O show midiático, dessa vez, não o colocou como protagonista, mas como alguém que numa situação vexatória produz ainda mais vergonhas.

Allyson poderá galgar espaços ainda maiores na política, mas independente do cargo que vier a ocupar, com o episódio de ontem, dá demonstração de que será sempre menor que ele, porque um homem reduzido à sua vaidade é um tolo enganando a si mesmo.

* Professor e jornalista

P s.: a imagem vai borrada porque nem sempre quem acha que dá espetáculo está com o brilho que gostaria de ter.

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