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Cresce consumo de cigarros eletrônicos; entenda os riscos

Por em 31 de março de 2024 às 14:02:15

A euforia de novas experiências durante uma calourada universitária apresentou ao natalense Gustavo Macedo o cigarro eletrônico. O que começou como uma simples experimentação sem compromisso logo se tornou um vício arraigado em sua rotina por cinco meses.

Pesquisas do instituto Ipec revelam um aumento vertiginoso de 600% no consumo desse dispositivo nos últimos seis anos no Brasil, totalizando quase 3 milhões de usuários.

Essa pesquisa abrangeu o período de 2018 a 2023 e ouviu adultos de 18 a 64 anos em 12 estados brasileiros, buscando uma representação nacional, sendo Pernambuco o único representante do Nordeste.

A pneumologista Suzianne Lima, professora da UFRN e coordenadora do Grupo de Tratamento de Tabagismo do Hospital Onofre Lopes (Huol/UFRN), observa essa crescente com preocupação.

O consumo dos Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEFs), que se apresentam como alternativas ao cigarro tradicional, foi o principal fator dessa ascensão, especialmente entre os jovens.

O vape, como é conhecido o cigarro eletrônico, atrai pela variedade de sabores, design moderno e pelo fator novidade, como relata Gustavo Macedo, estudante de Publicidade e Propaganda. Hoje, aos 24 anos, ele ainda usa o dispositivo em ocasiões específicas. Para Gustavo, a ansiedade foi um dos motivos que o levaram a continuar com o consumo, buscando alívio temporário.

Entretanto, a presença da nicotina no vape, muitas vezes anunciada de forma enganosa como ausente, é um dos principais alertas feitos pela Dra. Suzianne Lima.

“Tabagismo é tabagismo, seja qual for a forma. Muitos comerciantes afirmam que não há nicotina, mas sabemos que ela está presente em quantidades consideráveis”, alerta a especialista.

No cigarro eletrônico, a nicotina está associada ao ácido benzoico em partículas pequenas. Esse composto torna a substância menos amarga e permite que a nicotina atinja o cérebro rapidamente, causando sensação de prazer e aumentando a dependência química.

Além disso, o líquido aquecido e transformado em aerosol no vape pode causar processos inflamatórios e de oxidação no corpo.

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